É fácil encontrar quem acredite que atividades criativas dependem basicamente de inspiração ou de talento. Mas não é bem assim. A verdade é que, ao longo da nossa formação educacional, recebemos pouco (ou nenhum) incentivo a atitudes criativas. Por outro lado, a falta de incentivos à criatividade também se deve ao fato de que a própria criatividade é em si muito pouco compreendida.

Diversos são os problemas relatados por aqueles que procuram um curso de processos criativos: falta de ideias ou excesso de ideias, dificuldade em concretizar as ideias, dificuldade em começar um projeto, dificuldade em terminar um projeto já iniciado...

Assim, a primeira questão a ser discutida em um curso de processos criativos diz respeito ao fato de que na expressão “processos criativos” a palavra que deveria recaber mais atenção é “processos”. Uma afirmação que diga que não existe criatividade sem processo exigiria uma definição: afinal de contas, o que significa exatamente a palavra “processo” no contexto criativo?

Para responder de forma simples, diríamos que, nesse contexto, a palavra “processo” se refere a uma sequência limitada de ações que conduz o artista, o designer e/ou o artesão, de um problema criativo a uma solução criativa. Entenda-se por “sequência limitada de ações” um processo que tem começo, meio e fim.

Para esclarecer um pouco mais essa definição, devemos acrescentar que, no esforço de encontrar maneiras de estimular a criatividade em pessoas que não se consideram criativas ou que se sentem bloqueadas criativamente, muitas pesquisas científicas foram (e continuam sendo) realizadas. Embora tenham se deparado com grandes dificuldades no sentido de definir a “criatividade”, essas pesquisas, ao investigar o modo como trabalham pessoas reconhecidamente criativas, acabaram identificando as tais “ações que conduzem o artista, o designer e/ou o artesão de um problema criativo a uma solução criativa”.

Sinteticamente, podemos falar que os processos criativos são divididos em etapas muito precisas, que podem ser enumeradas da seguinte maneira: identificação de um problema criativo, exploração do problema, geração de alternativas de soluções para o problema, seleção da melhor alternativa a ser concretizada, implementação da solução escolhida, avaliação dos resultados. Em que pese a facilidade de se discorrer verbalmente sobre essas etapas dos processos criativos, a dificuldade real aparece no momento de transformar um discurso verbal em ações práticas efetivas e, nesse processo, passar de uma etapa à etapa seguinte.

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É exatamente essa “dificuldade real”, de transposição do discurso à prática, que o nosso curso de processos criativos se propõe a solucionar. Poderíamos ainda, neste ponto, destacar os momentos de exploração do problema criativo e de seleção de alternativas como os momentos cruciais do processo criativo.

Para finalizar, verdade seja dita, não se pode falar da existência de um processo criativo ideal e, por essa razão, nosso objetivo é ajudar cada estudante a desenvolver o seu. Se entre as características e objetivos principais da arte, do design e do artesanato podemos destacar a intenção de promover a diferenciação entre produtos similares, em terrenos de grande concorrência, o desenvolvimento de processos criativos diferenciados é uma competência que faz toda a diferença.

Dessa forma, o curso que estamos oferecendo foi desenvolvido com o propósito de oportunizar aos estudantes situações de aprendizagem objetivas que favorecem o desenvolvimento de soluções pessoais para os mais diferentes impasses criativos. E embora seja estruturado a partir de uma proposta profundamente prática, baseia-se extensamente em pesquisas científicas.

Apoiados em amplas e abrangentes experiências profissionais no âmbito da arte, do design e do artesanato, tanto no que se refere à realização de projetos criativos, quanto ao ensino e em consultorias, nosso curso é constituído por situações de aprendizagem prática que ajudam os estudantes a resolver seus problemas criativos de maneira consciente e consistente.